Paula Cabrera
A ex-deputada Vanessa Damo (MDB) confirmou na tarde deste sábado (7/3) que deve participar das eleições para a Prefeitura de Mauá. O anúncio oficial deverá ser feito no dia 19 deste mês, em evento do MDB na região.
Segundo a deputada, a decisão foi tomada há poucos dias e foi apoiada pela executiva municipal e estadual do MDB, que vê em Vanessa uma via de alternativa para a política da cidade.
"Minha intenção era não participar dessas eleições, mas eu entendi que era um chamado. Eu passei por um processo de me reconstruir na esfera pessoal e agora também na vida pública e entendi que Mauá hoje passa por essa mesma situação. A cidade precisa de alguém para auxiliar nessa reconstrução. Sinto que Mauá e eu vivemos o mesmo momento e ficarei feliz se for a escolhida do povo para liderar essa virada", afirma.
Sobre as dificuldades jurídicas para concorrer, Vanessa minimiza. A ex-deputada foi condenada a perder seus direitos políticos por abuso de poder econômico por conta de um material apócrifo lançado nas eleições de 2012 contra o então candidato a prefeito eleito Donisete Braga. A pena se extingue em outubro deste ano e, segundo a ex-deputada, a questão está praticamente fechada.
Para resolver o problema, a ex-parlamentar protocolou no início de fevereiro um pedido de liminar por "conflito de competência".
Na prática, a ex-deputada solicita o registro de candidatura sob liminar e alega que, caso seja eleita, só passará a exercer os direitos políticos em janeiro. A ação de Vanessa se extingue em 7 de de outubro, no entanto, a eleição acontece neste ano em 4 de outubro. "A diferença é de poucos dias e meu advogado, Ricardo Porto, entrou com o pedido de liminar para que eu consiga o registro de candidatura e para que os votos sejam computados. Há jurisprudência nessa mesma situação em outras candidaturas, então, estou tranquila quanto a possibilidade de concorrer", afirma.
A solicitação corre em segredo de Justiça e apenas os advogados das partes envolvidas tem acesso ao andamento. No entanto, em 17 de fevereiro, o desembargador Lepoldo de Arruda Raposo deu dez dias para a manifestação da Justiça Paulista e o Ministério Público Federal. Há informações de que uma decisão teria saído no dia 3, mas o JNC não conseguiu acessar o processo. Segundo o advogado do MDB, Vanessa Damo tem condições jurídicas de concorrer "tendo em vista que o prazo de inelegibilidade a ela imposta se encertará antes da diplomação dos eleitos".
Vanessa voltou a se filiar ao MDB em dezembro, partido no qual foi eleita deputada em 2014 e pelo qual disputou as eleições municipais em 2012.
A ex-parlamentar havia se desfiliado do partido e anunciado uma pausa na vida pública em 2017, quando se divorciou, de maneira turbulenta, de seu então marido Júnior Orosco (PDT).
A ex-parlamentar, no entanto, se manteve no radar político e chegou a assumir a secretaria de Relações Institucionais de Mauá, em 2018. Logo na sequência, sua mãe, Alaíde Damo (MDB) foi catapultada à cadeira de prefeita, com a prisão preventiva do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e Vanessa viu seu grupo político ganhar cada vez mais forças e juntar novos aliados na cidade.
Vanessa chegou a ser nomeada secretária de Governo, mas pediu demissão por conta de decisão judicial que a impedia de ocupar cargos públicos. "Me sinto muito tranquila em assumir essa missão. Nesse período que estive afastada da vida pública me dediquei à maternidade, amadureci e vi como a política mudou. Hoje, as mídias sociais aproximam os políticos da população e torna o povo mais ativo para cobrar melhorias. Quero ser essa reposta. Vim para reconstruir meu caminho e fortalecer as mulheres na politica e reconstruir a autoestima de Mauá. Espero contar com o apoio da população", diz.
