Por Paula Cabrera

Silvia Prin Grecco emocionou o mundo ao narrar os jogos do Palmeiras para o filho deficiente visual

A mauaense Silvia Prin Grecco emocionou o mundo nesta semana ao levar para casa o prêmio Fifa Fan, entregue durante a cerimônia dos melhores do ano Fifa, que aconteceu na última segunda (23/09), em Milão, na Itália. A emocionante história de Silvia e seu filho Nickollas ganhou fama nacional há exatamente um ano, quando o jornalista Marco Aurélio Souza percebeu que Silvia narrava todo o jogo do Palmeiras para o filho, que é deficiente visual. "Ele nos viu com os olhos, mas nos enxergou com o coração", disse Silvia durante um emocionado discurso na entrega do prêmio. Nickollas é apaixonado pelo Palmeiras e sempre fez questão de acompanhar o time do coração do estádio, mas os fones de ouvidos não conseguiam conectar o jovem ao que acontecia no campo. "Percebia que ele não conseguia entender o que estava acontecendo e se conectar com o momento, por isso decidi eu mesma narrar o jogo em seu ouvido", explica ela.Com a repercussão da reportagem, Nickollas se aproximou do elenco do time, conheceu Filipão, técnico do Palmeiras na época, e todo o elenco. O jovem chegou a ganhar uma homenagem neste ano, no aniversário de 105 anos do clube. Durante o emocionante discurso desta semana, Silvia subiu ao palco com o Nickollas, e mais uma vez fez o que emocionou o mundo - narrou ao jovem o que via naquele momento. "Nickollas, aqui na frente estão muitas pessoas, muitos jogadores, muitos ídolos, estamos aqui representando nosso time, Palmeiras, e todos os torcedores do Brasil e do mundo, todos aqueles que torcem pela pessoa com deficiência. O futebol pode transformar a vida dessas pessoas," descreveu ela. Engajada, a também secretária de Promoção Social de Mauá, aproveitou o momento para lembrar da luta diária de inclusão das pessoas com deficiência.  “Agradeço muito à Fifa por essa indicação e por hoje eu poder falar para o mundo do futebol que a pessoa com deficiência existe, precisa ser amada, respeitada e incluída. Obrigado Deus por me permitir ser ponte e hoje representar não só meu filho, mas todos no mundo que tem uma deficiência e precisam de uma oportunidade", disse. Silvia fez questão de destacar também a linda história de Justo Sánchez, uruguaio fã do Cerro, mas que passou a acompanhar os jogos do rival Rampla Juniors em homenagem ao filho falecido. "Eu gostaria de compartilhar este prêmio com o senhor Justo Sánchez, que também tem uma linda história de amor com o filho dele. Não é só futebol", disse Silvia. Silvia diz  que narra aos jogos com emoção de torcedora, com detalhes como se o uniforme é de manga longa, se o juiz está prejudicando o time e se os jogadores estão jogando bem. Nickollas, que hoje tem 12 anos, nasceu prematuro, de cinco meses e, por conta disso, teve problemas na formação das córneas. Aos cinco anos, Silvia também descobriu que o jovem tinha um grau leve de autismo. "Percebi também que ele é outra criança quando está na arquibancada, muito mais alegre, muito mais animado. Faço isso porque ele ama", conclui.