Deste total, cerca de 12.300 deverão ser enviadas ao ABC; Estado tem liberado apenas metade das vacinas disponíveis para garantir segunda dose

Paula Cabrera

O Governo de São Paulo vai liberar mais 410 mil vacinas contra o novo coronavírus desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica Sinovac Life Sciences. Desse total, metade - pouco mais d3 205 mil- serão enviadas para os municípios paulistas. O ABC dece receber cerca de 12.300 vacinas, a expectativa é de que cerca de 1.500 dessas doses sejam enviadas a Mauá, o que cobrirá apenas 88%, ou 9600 profissionais da Saúde do total de 11 mil que aguardam a vacina na cidade.

O governo anunciou ainda a entrega de 1,8 milhão de doses ao governo federal, completando cronograma estabelecido com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, que previa a entrega de 8,7 milhões de vacinas até 31 de janeiro.

“Com esse novo lote, São Paulo vai conseguir imunizar especificamente o público-alvo da sua primeira fase de vacinação, trabalhadores de saúde, os profissionais e aqueles que atuam em hospitais públicos do estado de São Paulo, indígenas, quilombolas e idosos residentes em asilos”, disse o Governador João Doria, na coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira no Palácio dos Bandeirantes.

Todas as doses deste novo lote destinado ao Ministério da Saúde foram envasadas, rotuladas e embaladas no Butantan a partir de matéria-prima enviada da China, e passaram por rigorosa inspeção de controle de qualidade.

Para o próximo dia 3 de fevereiro, quarta-feira, é esperada a entrega de uma nova remessa de 5.400 litros de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) vindos da fábrica da Sinovac para envase no Butantan, o que permitirá a produção de mais 8,6 milhões de doses da vacina, aproximadamente. Outros 5.600 litros estão em fase avançada de liberação.

Processo de envase

A fábrica, com área produtiva de 1.880 metros quadrados possui atualmente cerca de 370 profissionais, dos quais 120 foram contratados em janeiro para reforçar a produção da vacina contra o novo coronavírus. A capacidade de envase diário planejado para a vacina contra a COVID-19 é de até um milhão de doses.

O primeiro passo, a partir do recebimento da matéria-prima, é armazená-la em câmara fria e contêiner de aço inox. A partir disso, o contêiner é encaminhado para a sala de tanques para transferência do composto para a bolsa de agitação e, daí, para o tanque pulmão, onde ocorre o processo de envase.

Durante o processo de envase os frascos-ampola são lavados e esterilizados por meio de ar seco quente, passam automaticamente para a entrada da máquina envasadora e, por meio de esteiras automáticas, são posicionados nas agulhas que despejam o produto dentro dos frascos via bomba dosadora. Os frascos-ampola já com o produto são entregues pela esteira automática à Recravadora, para recebimento do selo de alumínio.

Uma terceira fase é a inspeção visual manual, rotulagem e checagem dos rótulos e, por fim, embalagem dos frascos-ampola. Por último, após o conteúdo envasado, são feitos testes de qualidade por amostragem, incluindo aspecto, pH, volume extraível, volume médio, teor de alumínio, teste de vedação, osmolalidade, identidade, conteúdo antigênico, toxicidade, esterilidade e endotoxina.