
MAUÁ SOB NOVA DIREÇÃO
A prefeita Alaíde Damo (MDB) assumiu a cidade na última quinta-feira, pré-feriado e diz não ter se desligado desde então. Em entrevista exclusiva ao JNC nesta terça-feira (23), Alaíde confirmou que governa não como mais um político, mas como mãe. "Estamos em um momento em que as pessoas não aguentam mais políticos. Eu vou governar como mãe, como mulher. Quero um governo forte, responsável e acolhedor", disse.
Segundo ela, as duas passagens anteriores pela administração, feitas durante as prisões do ex-prefeito Atila Jacomussi, tinham um gosto amargo e engessado. "É difícil fechar parcerias, reunir um bom time, quando está tudo tão dividido. Mas hoje chamei os vereadores, disse que preciso do apoio deles para fazer um bom governo. Queremos ideias, queremos cooperação de todos. A cidade precisa disso para voltar a andar bem", diz ela.
Alaíde aposta em parcerias com o governo do Estado e com o governo Federal para aumentar repasses e melhorar os caixas da prefeitura. Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura são os principais focos da nova gestora. "Nessa terça visitei a Assembleia. Conversei com deputados e pedi ajuda para Mauá. Já estamos negociando uma visita ao governador. É preciso reabrir portas que foram fechadas com essas investigações do prefeito anterior", afirma.
A dívida da cidade é certamente o principal desafio de Alaíde. Mauá tem um déficit de R$ 107 milhões, que deve chegar a quase R$ 150 milhões até o fim do ano, sem contar a dívida que pode chegar a R$ 120 milhões com a Fundação ABC, que administra o Hospital Nardini, o único da cidade. "Os gastos com saúde hoje demandam muito do nosso caixa. Para nós, se o Estado retomasse os gastos com internação, já nos livraria muito o orçamento. Recebemos casos de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e muitos dos acidentes que acontecem no Rodoanel acabam no Nardini. Vamos manter diálogo nesse sentido com o governador" diz.
Obras de capinação, limpeza e a operação de tapa buraco também estão entre os contratos que devem ter prioridade no andamento. "Outro dia estava vindo trabalhar e o carro quase caiu num buraco. Essa cidade está largada. Precisamos arrumar isso".
Para colocar a casa em ordem, Alaíde tem se cercado de nomes técnicos. "Não quero fazer promessas. Quero trabalhar. Também não quero governar sozinha. Quero um time, um conselho, quero os melhores ao meu lado porque juntos conseguiremos pensar melhor como resolver cada problema. Como boa mãe, sei que preciso investir trabalho diário, preciso ser responsável e pensar não só no hoje. Não só no meu mandato, mas a longo prazo, para que Mauá possa crescer", completa.
