
Paula Cabrera
Os moradores de Mauá não estão felizes com o posicionamento do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e de sua administração no enfrentamento ao coronavírus em suas redes sociais. Publicações feitas nessa manhã de sábado (21/3) pelo chefe do Executivo e pela página oficial da Prefeitura de Mauá receberam uma enxurrada de críticas dos munícipes que avaliam que o socialista parece não ter entendido a gravidade da situação e a importância de orientar as pessoas a permanecer em quarentena.
Uma publicação feita na página da Prefeitura pedia para evitar pânico. "A prevenção é muito simples. Fique tranquilo. Não há motivo para pânico", afirmava a postagem, que orientava a população a lavar mãos, não tocar o rosto e evitar aglomerações.

Em menos de uma hora, o post reunia mais de 120 comentários, todos criticando a decisão de não orientar as pessoas a ficar em casa. "O centro da cidade lotado e ao invés de adotar uma ação mais austera, para frear a contaminação, a comunicação oficial diz 'fique tranquilo'. Para uma população negligente, isso soa como 'não se preocupem, não mude em nada sua rotina'", dizia o usuário Gecimar Evangelista. O post foi apagado após o JNC questiona-lo. A administração afirmou que o post foi agendado há mais de duas semanas.

Já em sua página pessoal, Atila anunciou em vídeo que serviços de zeladoria chegavam hoje no Zaíra, com operações de limpeza e capinação. A decisão também foi criticada. Em um dos perfis, mais de 72 comentários questionavam o posicionamento do chefe do Executivo. "Onde o senhor não percebeu que é para ficar em casa de quarentena, prefeito? Todos em casa, fora da rua, inclusive funcionários da Prefeitura", dizia Meyre Santos.
Em outras postagens, usuários comparavam posicionamento de outras cidades, como Santo André que tem sido incisiva na informação de que é necessário ficar em casa, com postagem frequentes apoiando a medida e publicações mostrando parques fechados e equipe da Samu com proteção individual contra o vírus. Além de lembrar que o governador João Doria declarou calamidade e, mesmo assim, Mauá não tem sido clara o suficiente com a situação.
A Prefeitura ainda não divulgou quais os planos de contingência do vírus em Mauá, como leitos de uti e normais que serão disponibilizados e programação, caso todos estejam lotados.
Apesar de ter decretado o fechamento do comércio, não há ainda informações sobre fiscalização para garantir que eles permaneçam fechados e muitos usuários afirmam que a maioria segue aberto nos bairros da cidade.
A Prefeitura foi procurada, mas preferiu não se manifestar sobre o tema.