Ministério Público investiga contratos de suposto faturamento em cidades atendidas pela Santa Casa de Birigui e por gestor da OS em Ribeirão Pires

Paula Cabrera

A Secretaria de Saúde de Ribeirão Pires foi alvo de uma operação da Policia Civil nesta terça-feira (29/9). Foram cumpridos mandados de busca na UPA Santa  Luzia, pela operação Raio X, que apura desvios de dinheiro público na área da saúde em contratos fechados com a Santa Casa de Birigui. Na cidade, o alvo foi Osvaldo Moralis, gestor da UPA.

A OS (Organização Social) é a contratada pela Prefeitura de Ribeirão Pires para fazer a gestão da saúde municipal. A instituição chegou à cidade em 2018, já no governo de Adler Kiko Teixeira (PSDB).

A ação foi coordenada pela Polícia Civil de Araçatuba por meio da DEIC (Divisão Especializada de Investigações Criminais) e faz parte de uma operação realizada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal do Pará. As prisões e as buscas se deram em dezenas de municípios do Estado de São Paulo, dentre eles Penápolis, Araçatuba, Birigui, Osasco, Carapicuíba, Ribeirão Pires, Lençóis Paulista, Agudos, Barueri, Guapiara, Vargem Grande Paulista, Santos, Sorocaba, bem como em cidades do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul”, declarou o Gaeco. 

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a investigação durou aproximadamente dois anos, período em que foram levantadas informações que indicam a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais, bem como de desvio de milhões de reais que deveriam ser aplicados na saúde.

Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que o mandado foi cumprido na UPA Santa Luzia, unidade municipal gerida por Osvaldo Coca Moralis, alvo da operação, que atuou, por meio de contrato, na Santa Casa de Birigui entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020. "Osvaldo Moralis nunca teve vínculos com a Prefeitura de Ribeirão Pires.

O mandado foi cumprido na UPA Santa Luzia, unidade municipal gerida, por meio de contrato, pela Organização Social de Saúde, onde Osvaldo atuou. A Prefeitura de Ribeirão Pires segue à disposição para colaborar, com todas as informações necessárias, na investigação realizada em âmbito estadual e nacional. Embora o objeto da busca e apreensão seja relacionado a Osvaldo Moralis, a Prefeitura determinou auditoria nos contratos com Organizações Sociais", afirmou.

Apesar da negativa de Osvaldo ter vínculos com a administração, decreto de maio de 2019 confirma que Osvaldo foi nomeado como gestor titular da UPA. O cargo define responsáveis para acompanhar, entre outras atividades, o emprego e utilização de recursos enviados ao local por meio de parcefiad com o governo Federal e também da administração direta.

Procurada, a administração pediu maior prazo técnico para responder a demanda do JNC.