
Paula Cabrera
As cidades da região já começam a confirmar mudanças nas rotinas para atender determinações do governo do Estado no combate ao Coronavírus. São Bernardo, Santo André, São Caetano e Ribeirão Pires já confirmaram paralisação de aulas. Em Mauá, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) afirma que deve aguardar informações e orientações que serão dadas aos secretários de Saúde da região pelo infectologista e coordenador do centro de contingência do coronavírus em SP, David Uip na segunda. Atila diz ainda que participará de uma reunião com infectologistas do Estado, também na segunda, para ter mais orientações sobre o mapa do vírus em SP e possibilidade de contaminação nas áreas onde há maior circulação de moradores de Mauá na capital Paulista.
"Mauá é uma cidade dormitório e sabemos que o principal risco da chegada do vírus aqui é pelo transporte público. Pelos nossos dados, há maior circulação de moradores na região da Paulista, da Mooca e do Brás. Essa reunião nos dará um panorama melhor. Acredito que qualquer decisão de amplo impacto será tomada apenas após estarmos de posse de todos esses dados. É preciso pensar pelo bem da população. Temos uma população que depende muito dos serviços públicos, como creches. É preciso pensar pela questão de Saúde e bem bem-estar da população, não tomar decisões políticas e que causem agora apenas pânico", diz Atila.
Segundo o prefeito, neste momento a administração mauaense prepara ações para instalar torneiras e álcool em gel em acessos da rodoviária. "Vamos colocar informações e orientar para que as pessoas lavem as mãos e usem álcool em gel ao desembarcar dos trens e dos ônibus", explica Atila.
Também está sendo reservado um andar do Nardini para necessidade de isolamento de casos mais graves. Servidores com mais de 60 anos, gestantes e pessoas com doenças imunossupressoras deverão ser dispensadas para permanecer em casa durante esse período. Mauá monitorou três casos, todos com negativo no resultado.
Outras cidades
São Bernardo, São Caetano, Santo André e Ribeirão Pires confirmaram que devem interromper aulas da rede municipal para tentar freiar a disseminação do vírus. O prefeito José Auricchio Jr confirmou que São Caetano teve 17 casos suspeitos, nove deles descartados, mas os outros oito ainda aguardam análise laboratorial.
Santo André monitora 15 possíveis casos.
Atividades voltadas aos idosos (pessoas com mais de 50 anos são principal foco de preocupação do governo) e eventos com mais de 500 pessoas também estão na mira dos gestores. A maioria roi interompida até início de abril, quando haverá novas orientações.
As medidas seguem determinações do governo do Estado. Em acordo com o Ministério da Saúde, ficou definido que haverá interrupção gradual das aulas na rede estadual de ensino a partir de segunda (16/3), o adiamento de eventos públicos ou privados que reúnam 500 ou mais pessoas e a suspensão por 60 dias das férias de funcionários da rede estadual da Saúde.
“As decisões não são fruto de intuição ou decisões políticas. São decisões amparadas em fatos e informações de ordem técnica e se dão em virtude de circunstâncias, números e evidências”, afirmou Doria. “Desde o início desta crise do coronavírus, nós temos dito que a avaliação seria feita diariamente e, até quando necessário, a cada hora, dada as circunstâncias”, acrescentou.
Na semana que vem, as escolas permanecerão abertas para receber as famílias dos alunos e oferecer orientações. Uma delas é evitar que crianças e jovens permaneçam em casa sob a tutela dos avós ou parentes com mais de 55 anos. Os idosos formam o grupo mais vulnerável aos sintomas respiratórios graves provocados pelo covid-9.