
A Câmara de Mauá aprovou hoje (11/11), em primeira votação, o Orçamento previsto pela Prefeitura para ser empenhado em 2020 nas contas da cidade. A peça prevê que Mauá arrecadará R$ 1,08 bilhão no próximo ano, valor quase 10% menor do que o previsto em 2019, de R$ 1,2 bilhão. O orçamento teve 14 votos favoráveis e cinco contrários.
Além da crise econômica em todo o país, pesou na cidade, segundo os parlamentares, as constantes trocas de governo, que acabaram encolhendo a previsão de repasse de verbas federais para Mauá. Segundo relatório do vereador Chico do Judô (PEN) dos R$ 341 milhões previstos em 2019, apenas R$ 103 milhões entraram definitivamente em caixa até outubro. "Sabemos que é necessário mandar projetos e documentos para liberar essa provisão de verbas, e Mauá não mandou. Com essas trocas constantes de governantes, é difícil dar andamento nos projetos", disse ele.
Para 2020, a provisão de verbas federais caiu dos R$ 341 milhões para 330 milhões. "Apesar desse provisionamento, sabemos que esses valores não chegam. Sabemos que o orçamento, se fechar bem, vai fechar em R$ 800 milhões", disse Adelto Cachorrão (Avante).
Já as verbas estaduais são o motivo de as contas da cidade não estarem ainda mais no vermelho. A previsão é de que o Estado envie R$ 118 milhões no próximo ano, contra R$ 104 milhões enviados neste ano. "Ainda bem que nosso governador (João Doria) e nosso vice (Rodrigo Garcia) tem se desdobrado para ajudar os municípios, porque nossa situação poderia ser ainda mais complicada", afirmou Manoel Lopes (DEM).
Entre as principais preocupações dos parlamentares estão os investimentos com saúde, - que tem receita prevista de R$ 290 milhões em 2020 -, e educação, com R$ 193 milhões. As duas secretarias são as que mais recebem emendas e pedidos dos parlamentares. O vereador professor Betinho, por exemplo, solicitou remanejamento de verbas para cuidar das escolas municipais. "Eu estou pedindo R$ 1 milhão no orçamento para reformas", afirmou o vereador professor Betinho (DC).
Já o vereador Ricardinho da Enfermagem (PTB) demonstrou preocupação com as verbas da saúde. "Em Mauá, oito a cada dez habitantes usam os serviços das UPAS. Precisamos de mais empenho da Prefeitura na liberação de verbas federais para remédios e para os equipamentos públicos de saúde", afirmou.
Chico do Judô solicitou realocação de R$ 100 mil para o esporte, para reformas e manutenções de quadras de futebol na cidade. "Essa emenda coloquei conjunta, com outros vereadores porque futebol é um esporte muito forte na cidade, com diversas copas durante o ano", explicou ele, que também solicitou que o remanejamento de verbas da Prefeitura - valor que o prefeito pode tirar de uma secretaria para investir em outra- caísse de 20% para 10%.
Com as emendas, o orçamento volta para as comissões por dez dias, para receber pareceres, antes de voltar para a segunda votação. Votaram contra os vereadores Marcelo Oliveira (PT), Adelto Cachorrão, Sinvaldo Carteiro (DC), Fernando Rubinelli (PDT) e Tchacabum (PRP). Cincinato Braga (PDT) e Samuel Enfermeiro (PSB) estavam ausentes e o presidente da Câmara, Vanderlei Cavalcante, o Neycar (SD), não votou.