Nos bastidores, informação é de que grupo seria ligado ao ex-prefeito Atila Jacomussi; grupo rechaça
Paula Cabrera
Integrantes do movimento por moradia do Vital Brasil fazem, neste momento, uma manifestação frente à Prefeitura de Mauá. Os participantes marcharam da região central até o Paço Municipal pelo Boulevard e pela avenida João Ramalho.
Lá, os líderes se concentraram frente ao estacionamento municipal. Eles exigem ser recebidos pelo prefeito Marcelo Oliveira (PT), para conversar sobre moradias. A pauta geral não foi justificada pelo movimento.
Nos bastidores, muitos enxergam essa manifestação como pressão da oposição, diretamente ligada ao ex-prefeito Atila Jacomussi (PSB). Com isso, Marcelo teria se recusado a ceder à oposição. O governo se mobilizava para atender manifestantes, sem dar força ao movimento. Um dos líderes, no entanto, rechaçou o apoio de algum político. "Estamos aqui porque está na constituição, temos direito à moradia. Vamos parar de apoiar políticos", disse.
Vale lembrar que Mauá é uma das cidades com maior índice de loteamentos irregulares na região metropolitana. Locais como Itaussú, Pajussara, Jardim Elizabeth e Jardim Oratório, Jardim Paranavaí e Vila Magine tiveram um boom de invasões, principalmente no início do ano passado, com vídeos de maquinários municipais nos locais circulando frequentemente pelas mídias sociais.
As últimas fiscalizações feitas em áreas irregulares - com detrimento de áreas de preservação ambiental, a maioria mata atlântica- foram feitas durante a gestão interina da prefeita Alaide Damo (MDB), em 2018. Em um trabalho integrado das Secretarias de Segurança, Habitação e Serviços Urbanos, a Prefeitura impediu a continuidade de novas construções nos bairros da Pajussara e Jardim Elizabeth, tudo teria mudado com a corrida ao Paço no ano passado.
A comunicação da Prefeitura de Mauá informou que o secretário de Governo, Leandro Dias, deve receber uma comissão de manifestantes para ouvir as demandas. Em nota, no fim da noite, a administração disse que estuda novas políticas de habitação, que devem ser retomadas na cidade.
Confira a íntegra da nota
A Prefeitura de Mauá recebeu nesta segunda-feira, 4 de janeiro, primeiro dia útil do novo governo, comissão formada por munícipes que reclamavam direito à moradia.
O grupo – que integra as cerca de 200 famílias que ocuparam terreno particular, em agosto de 2020, na região da Vila Real e Recanto Vital Brasil – foi recebido pelo secretário de Governo de Mauá, Leandro Dias.
A nova administração em Mauá informa que retomará políticas habitacionais abandonadas nos últimos anos para reduzir o deficit habitacional e dar mais dignidade à população.
Para garantir o direito à reivindicação e também a segurança dos manifestantes, a GCM (Guarda Civil Municipal) acompanhou de perto a movimentação pacífica realizada no início da tarde, em frente ao prédio do Executivo.
