Ex-prefeito não deixou pagamento de benefício programado, nem verba prevista para quitar o montante; gestão de Volpi promete acertar valor até dia 20

Paula Cabrera

Os professores municipais de Ribeirão Pires tomaram um calote do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) no pagamento das férias. Em vídeo divulgado nas mídias sociais nesta quinta-feira (7/1), o novo secretário de Administração e Finanças do governo Clovis Volpi, Eduardo Pacheco, explicou que o valor, que era previsto para ser pago no dia 5, não foi provisionado pela gestão anterior e, por isso, a nova administração precisou fazer "uma ginástica fiscal" para poder pagar o benefício.
"Viemos tranquilizar os professores. Esse pagamento deveria ter sido feito em dezembro, não aconteceu. Assumimos a administração nesta semana e para nossa supresa, não havia provisionamento financeiro para esse pagamento. Então, precisamos fazer uma ginástica financeira, tanto contábil quanto financeira, para garantir o pagamento dessas férias. E viemos aqui assumir o compromisso de até o dia 20 de janeiro fazer o pagamento de todas essas férias", explica o secretário no vídeo.
A ordem de pagamento deveria ter sido feita pela gestão anterior, em dezembro, para que o valor fosse liberado automaticamente neste mês, o que não ocorreu. O fato só foi descoberto pelos novos gestores após assumirem os cargos e serem questionados.
A briga entre Kiko e a categoria é antiga. Segundo o Sineduc (Sindicato dos professores de Ribeirão), Kiko não cumpria o pagamento do piso nacional para os professores. Enquanto o piso nacional era de R$ 2.886,24, o ex-prefeito fixou o valor do piso municipal em R$ 2.609,72. Mesmo com a situação, Kiko enviou projeto à Camara para pedir remanejamento de R$ 5 milhões da Educação para ser aplicado na Secretaria de Serviços Urbanos. Na época, o sindicato foi à Justiça impedir a transferência alegando a necessidade de corrigir a defasagem salarial.

Eduardo Pacheco, Secretário de Administração e Finanças