O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, do PT, voltou à Brasília nos últimos dias. Ele foi recebido pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann. À mesa, a garantia de recursos já aprovados pelo governo federal dentro do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, para obras de infraestrutura e áreas como Saúde e Educação. A reorganização do PT no ABC para as Eleições do ano que vem também fizeram parte da conversa.

Pegou mal diante da liderança nacional do PL a defesa contundente do prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi, frente às graves acusações contra o secretário de Segurança Pública da cidade, Sandro Torres. Volpi não só disse que que vai mantê-lo no cargo, como postou em uma rede social um texto para elogiar a trajetória do guarda municipal. Sandro foi condenado a quase três anos de prisão por furtos cometidos em açougues do município em 2018. Uma câmera gravou o secretário guardando o material furtado em um carro. Ele nega as acusações. Fontes ligadas à cúpula nacional do PL, em Brasília, afirmaram ao JNC que os líderes da sigla questionaram a posição do prefeito. Para eles, Volpi está endossando crimes graves e deveria ter afastado o secretário assim que o caso foi exposto. Uma outra fonte graduada do partido afirma que a conduta do prefeito pode “manchar a imagem” do PL no ABC por passar a imagem de “uma suposta anuência com a bandidagem”.

O Tribunal de Justiça decretou a perda dos cargos públicos dos agentes envolvidos no caso. O prefeito disse que “toda e qualquer decisão da Justiça será cumprida” pelo governo. Mas, o puxão de orelha da Executiva Nacional do PL deve chegar ao gabinete de Volpi antes das decisões do prefeito.

O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou melhora nos exames laboratoriais, segundo o boletim médico divulgado nesta quinta-feira pelo hospital DF Star, em Brasília. Ele segue na unidade de terapia intensiva e continua sem receber visitas. Integrantes da equipe médica afirmaram que Bolsonaro tem apresentado boa evolução clínica, sem dor ou intercorrências. Fontes ligadas ao ex-presidente afirmaram ao JNC que há expectativa de transferência da UTI para um quarto semi-UTI até o fim de semana. O procedimento cirúrgico foi para tratar uma
suboclusão intestinal, que é uma obstrução parcial do intestino causada por aderências formadas depois de múltiplas cirurgias. Bolsonaro fez seis intervenções cirúrgicas desde a facada que levou em 2018.

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, assumiram as decisões sobre os cuidados com Jair Bolsonaro depois da cirurgia, além de centralizarem toda a comunicação do estado de saúde do político. A dupla está no hospital e passou a manter uma relação cordial. Dizem até que estão bem próximos. Tanta disposição em manter um clima amistoso já fez com que lideranças do PL e interlocutores de Bolsonaro começassem a cogitar uma eventual chapa puro sangue para a presidência na eleição do ano que vem. Michele e Carlos… será que cola?

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo político à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, pegou mal no Itamaraty. A sede das Relações Diplomáticas do Brasil tremeu com a notícia por dois motivos: assim que soube do caso, o presidente do Congresso do Peru, Eduardo Salhuana, cancelou uma visita ao Brasil marcada para semana que vem. Uma comitiva liderada pelo parlamentar tinha visita programada à cidade de São Paulo onde participaria de uma cerimônia de boas-vindas Assembleia Legislativa. A agenda caiu pelo vexame diplomático. Outro ponto, bem mais complexo, na avaliação de integrantes do governo, é que a decisão de Lula pode beneficiar indiretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo da trama golpista. O fato de Lula ter beneficiado a ex-primeira-dama peruana pode dar abrir margem para que alguma embaixada em Brasília conceda um eventual pedido de asilo político de Bolsonaro. No STF, ministros já começam a se preocupar com a possibilidade real de um pedido de asilo do ex-presidente ao governo dos Estados Unidos, na esteira do embate entre o presidente Americano, Donald Trump, e o ministro Alexandre de Moraes e da histórica convergência entre Trump e Bolsonaro.