Ex-prefeito receberá rendimento maior do que como chefe do Executivo; contratação gerou burburinho na política local

Das agências

O ex-prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), ficou pouco tempo parado após a derrota nas últimas eleições. Ele foi contratado para trabalhar na Câmara de São Paulo com salário bruto inicial de R$ 19.085,82, quantia superior à que recebia quando administrou Mauá - quando recebia R$ 18.576,09. O socialista teve a nomeação confirmada no Diário Oficial do Município de terça-feira (23/2) para ser assistente especial legislativo no gabinete de liderança de representação partidária.
A indicação foi feita pelo vereador Sidney Cruz (SD), que está em seu primeiro mandato no Legislativo paulistano. Cruz obteve 17.899 votos.
Atila perdeu a reeleição em novembro do ano passado para Marcelo Oliveira (PT). Desde então, tem centrado atuação política como oposição ao prefeito, em especial com vídeos em redes sociais e com questionamentos à atuação do sucessor no combate à Covid-19 no município.
Apesar da indicação, o ex-prefeito segue isolado dentro do PSB. A indicação partiu de bloco formado pelo Podemos, Solidariedade e PP.
Nos bastidores, Atila trabalha para lançar candidatura a deputado no pleito do ano que vem.
A notícia gerou burburinho na política local, principalmente porque Atila estaria isolado na região e teria precisado de apoio de São Paulo para cavar espaço- Kiko e Gabriel Maranhão, por exemplo, conseguiram espaço em governos locais.
Com uma série de escândalos ligados ao seu nome, o ex-prefeito teria sido deixado de lado por aliados. Atila foi preso duas vezes nas operações Prato Feito e Trato Feito, ambas deflagradas pela PF (Polícia Federal) e acusado pela PF de liderar esquema de desvio de dinheiro público de contratos da merenda escolar e de pagar, com recursos ilícitos de empresários, mensalinho aos vereadores da cidade. Ele nega todas as acusações e conseguiu, no STF (Supremo Tribunal Federal), reverter as prisões. O processo, no entanto, não foi extinto, mas encaminhado para a Justiça Eleitoral. As investigações sobre o suposto superfaturamento do Hospital de Campanha também não foram arquivadas pelo Ministério Público e seguem em andamento.