Com a decisão, expectativa é de que Ministério da Saúde libere municípios para a aplicação

Das agências

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (13) a autorização da aplicação da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos.
A decisão foi unânime: todos os diretores da agência deram voto favorável à autorização da aplicação.
A pesquisadora Valéria Valim, professora de Medicina do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) da Universidade Federal do Espírito Santo, destacou dados do Projeto Curumim, que investiga aspectos de eficácia, segurança e proteção da Coronavac em crianças e adolescentes.
“A Coronavac em crianças de 3 e 4 anos é segura e não inferior a crianças maiores de 5 anos. Crianças de 3 e 4 anos são capazes de induzir títulos maiores de anticorpos comparado com crianças maiores de cinco anos, adolescentes e adultos”, afirmou Valéria.
Os resultados do estudo Immunita, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas), foram apresentados pela pesquisadora Rafaella Fortini. O projeto, que avalia o uso da Coronavac em crianças acima de cinco anos, adolescentes, adultos e idosos, é realizado em Belo Horizonte e na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, com a colaboração de diferentes centros de pesquisa.
A partir das amostras dos voluntários, os cientistas avaliam a capacidade de indução da resposta imunológica no organismo. Por meio de diferentes testes, são avaliadas a resposta de anticorpos totais, de anticorpos neutralizantes específicos e a resposta celular contra o coronavírus.

De acordo com a especialista, os dados do estudo revelam que a resposta imune (de anticorpos e celular) gerada pela Coronavac é mais expressiva em crianças e adolescentes do que em adultos e idosos, uma vez que apresentam maior índice de anticorpos totais e neutralizantes e maior liberação de mediadores celulares.
“As crianças desenvolvem uma resposta mais robusta que os adultos e os idosos”, afirmou Rafaella. “Crianças mais novas desenvolvem respostas mais robustas com elevados níveis de mediadores – que envolvem 27 mediadores, todos eles maiores em crianças de 6 a 9 anos”, completou.
O pesquisador Manoel Barral, da Fiocruz Bahia, apresentou dados do projeto Vigivac, programa que avalia a efetividade das vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
De acordo com Barral, os resultados apresentam alta proteção contra casos graves, incluindo riscos de hospitalização e morte pela doença, em adolescentes. Os dados indicam proteção modesta contra formas leves e graves de Covid-19 em crianças, no período de alta circulação da variante Ômicron. O pesquisador destacou a capacidade de proteção da vacina e reforça a necessidade de avaliar a proteção em crianças com maior tempo de acompanhamento.
“Os dados atuais mostram que há uma vantagem na proteção também de crianças. Não há até o momento registros importantes de reações adversas em crianças. A gente está frente a uma proteção para a infecção de 40%, contra formas graves é maior do que isso, chega perto de 80% depois cai, então muitas crianças podem ser salvas com a aplicação das vacinas”, disse Barral.

O médico Marco Aurélio Sáfadi, professor de pediatria e infectologia e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendou a ampliação do uso da Coronavac para a faixa etária de 3 a 5 anos, na reunião da Anvisa.
Deve ser utilizada a mesma dosagem do imunizante aplicado na população em geral, de 0,5 ml, com o mesmo esquema de duas doses com o intervalo de 28 dias. Para a recomendação, a equipe técnica considerou a ausência de tratamentos medicamentosos e vacinas aprovados para crianças nessa faixa etária.
A equipe recomendou, ainda, acordo com o Instituto Butantan para apresentação e avaliação criteriosa dos dados de estudos clínicos controlados que estão em andamento.
Na reunião, a gerente de Farmacovigilância da Anvisa Helaine Capucho abordou o cenário atual e o impacto das vacinas para crianças e adolescentes no Brasil.
Segundo Helaine, houve uma redução do número de óbitos por Covid-19 entre adolescentes de 12 a 17 anos, durante o período mais crítico da pandemia em 2022. Além de um aumento de óbitos em menores de 12 anos, principalmente nos menores de 5 anos.
O parecer da gerência de Farmacovigilância foi favorável à ampliação da faixa etária do uso da Coronavac.
O documento aponta que o perfil de eventos adversos em crianças e adolescentes é semelhante ao das demais faixas etárias. O documento indica que os eventos adversos graves observados após a administração de mais de 103 milhões de doses da Coronavac no Brasil são considerados raros ou raríssimos.
Antes da votação, a reunião contou com a participação de pesquisadores externos que apresentaram resultados de estudos sobre a Coronavac.
A pesquisadora Valéria Valim, professora de Medicina do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) da Universidade Federal do Espírito Santo, destacou dados do Projeto Curumim, que investiga aspectos de eficácia, segurança e proteção da Coronava em crianças e adolescentes.
Os resultados do estudo Immunita, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas), foram apresentados pela pesquisadora Rafaella Fortini. O projeto, que avalia o uso da Coronavac em crianças acima de cinco anos, adolescentes, adultos e idosos, é realizado em Belo Horizonte e na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, com a colaboração de diferentes centros de pesquisa.
A partir das amostras dos voluntários, os cientistas avaliam a capacidade de indução da resposta imunológica no organismo. Por meio de diferentes testes, são avaliadas a resposta de anticorpos totais, de anticorpos neutralizantes específicos e a resposta celular contra o coronavírus.
De acordo com a especialista, os dados do estudo revelam que a resposta imune (de anticorpos e celular) gerada pela Coronavac é mais expressiva em crianças e adolescentes do que em adultos e idosos, uma vez que apresentam maior índice de anticorpos totais e neutralizantes e maior liberação de mediadores celulares.
“As crianças desenvolvem uma resposta mais robusta que os adultos e os idosos”, afirmou Rafaella. “Crianças mais novas desenvolvem respostas mais robustas com elevados níveis de mediadores – que envolvem 27 mediadores, todos eles maiores em crianças de 6 a 9 anos”, completou.
O pesquisador Manoel Barral, da Fiocruz Bahia, apresentou dados do projeto Vigivac, programa que avalia a efetividade das vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
De acordo com Barral, os resultados apresentam alta proteção contra casos graves, incluindo riscos de hospitalização e morte pela doença, em adolescentes. Os dados indicam proteção modesta contra formas leves e graves de Covid-19 em crianças, no período de alta circulação da variante Ômicron. O pesquisador destacou a capacidade de proteção da vacina e reforça a necessidade de avaliar a proteção em crianças com maior tempo de acompanhamento.
“Os dados atuais mostram que há uma vantagem na proteção também de crianças. Não há até o momento registros importantes de reações adversas em crianças. A gente está frente a uma proteção para a infecção de 40%, contra formas graves é maior do que isso, chega perto de 80% depois cai, então muitas crianças podem ser salvas com a aplicação das vacinas”, disse Barral.
O médico Marco Aurélio Sáfadi, professor de pediatria e infectologia e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendou a ampliação do uso da Coronavac para a faixa etária de 3 a 5 anos, na reunião da Anvisa.