Para quem sonha ou tem horror diante da possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, esta quarta-feira foi um verdadeiro teste do coração. Eis que um pedido de detenção do político surgiu no Supremo Tribunal Federal. A ação foi protocolada por uma vereadora petista do Recife. Diante do pedido, o relator do caso na Corte, ministro Alexandre de Moraes, não perdeu tempo… Não, ele não decretou a prisão imediata do ex-presidente. Moraes, muito cauteloso, pediu manifestação do Procurador-geral da República, Paulo Gonet, que rejeitou a possibilidade. Ainda assim, bolsonaristas na Câmara dos Deputados e no Senado perderam o fôlego até que a decisão final de Moraes fosse divulgada. Ao contrário do esperado por alguns, o ministro não acatou o pedido de prisão, e considerou “ilegitimidade da parte” que entrou com a queixa-crime no STF, ou seja, arquivou o caso sob a justificativa de que a vereadora não integra o processo que investiga o ex-presidente, e por isso, não pode pedir a prisão dele. Interlocutores do ministro avaliaram que Moraes não vai dar uma canetada em vão e, eventualmente, mandar prender Bolsonaro sem que haja um fato grave que justifique o ato. No Supremo, a aposta é que o político só deverá ser preso, se isso realmente ocorrer, depois de todo o trâmite legal da Ação Penal em que ele passou a ser réu desde o julgamento da Primeira Turma da Corte, semana passada. Integrantes do Supremo chegam a dizer que Moraes não quer, nem de longe, repetir os supostos erros cometidos por Sérgio Moro, quando Juiz da Lava Jato, que determinou a prisão do presidente Lula e depois viu todo o processo ser anulado pelo próprio STF sob a justificativa de incompetência da Justiça Federal em Curitiba, da qual Moro era titular, além de vícios no caso. É esperar pra ver…


Prefeitos do ABC em Brasília

Os prefeitos de Mauá, Marcelo Oliveira, e de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, estarão em Brasília na semana que vem. Os chefes do Executivo vão participar da Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, FNP, que ocorrerá na Capital Federal na segunda e terça-feira. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, já confirmou participação na cerimônia de posse da nova diretoria da entidade. Com mandato até abril de 2027, a presidência ficará a cargo do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O encontro deverá debater os impactos da Reforma Tributária para os municípios. Os prefeitos, claro, vão aproveitar a passagem pela Capital Federal para tratar de outras demandas de suas cidades junto ao Governo Federal.


Derrite volta ao PP: Senado ou Governo de SP na mira

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, vai trocar o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo PP, do qual já fez parte. A mudança tem um objetivo claro: pavimentar o caminho do secretário para disputar uma vaga no Senado em 2026. Derrite foi eleito deputado federal pelo partido em 2018, mas migrou para o PL quatro anos depois. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, tem deixado escapar que quer mais para o pupilo: a interlocutores, ele afirma que, caso o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, dispute a presidência da República, Derrite será o candidato do partido ao governo do Estado. O secretário, no entanto, nega. Tem dito que “está 100% comprometido com a candidatura ao Senado e não cogita o governo de São Paulo pois está fechado com Tarcísio para qualquer projeto, e o projeto dele é reeleição ao Estado”. Só faltou lembrar que o nome do republicano tem sido cogitado para disputar a presidência diante da inelegibilidade de Bolsonaro. E Tarcísio já deixou de afirmar que não seria candidato.


Planalto respira aliviado com nova pesquisa para Presidência

O levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira animou o entorno do presidente Lula. Depois de pesquisas revelarem, no dia anterior, mais uma queda na popularidade do petista em praticamente todo o País, ministros e assessores próximos já estavam em alerta para resultados pouco animadores sobre o cenário eleitoral para 2026. Mas, pelo menos por enquanto, o alerta vermelho deu lugar às comemorações da possibilidade de reeleição de Lula. Segundo o levantamento, em um eventual segundo turno no pleito do ano que vem, Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, que está inelegível, aparecem empatados dentro do limite da margem de erro. Lula com 44% e Bolsonaro com 40% das intenções de voto. Já nos cenários com outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, atualmente mais cotado para assumir a candidatura da direita, Lula teria uma vantagem que varia entre 5% e 7%. Apesar dos resultados, interlocutores mais próximos do presidente assumem que o Governo precisa deslanchar na comunicação e mostrar, com clareza, os feitos da gestão. Também é censo comum nos corredores do Planalto que Lula precisa apressar a Reforma Ministerial e dar assento ao centrão para garantir que os projetos do Executivo sejam aprovados com mais facilidade no Congresso.

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Popularidade em cheque

Oficialmente, o Governo até diz que não, mas o evento promovido em Brasilia, nesta quinta-feira, com pompa e circunstância para mostrar os feitos de Lula desde o começo da gestão tenta, sim, confessam fontes do Planalto, reduzir o ruído da pesquisa Quaest que mostra o presidente com 56% de desaprovação. O levantamento foi divulgado na quarta-feira. Hoje, depois da cerimônia, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, chegou a dizer que “o evento não tem nada a ver com popularidade do presidente da República, e que se tratou de uma prestação de contas do governo federal”.
Mesmo assim, nos corredores do Planalto, a pesquisa causou insegurança sobre Lula confirmar candidatura à reeleição. O presidente, no entanto, não perdeu tempo durante o evento: já fez um discurso de campanha, ao comparar seu governo com a gestão de Bolsonaro. Lula disse que, quando chegou pela terceira vez à presidência, a sensação que teve foi a de uma pessoa que volta para casa depois de muito tempo e só encontra ruínas. “O Brasil era uma casa em ruínas, uma terra arrasada”, afirmou o presidente, candidatíssimo e sem se deixar abalar pela baixa popularidade. Lula, aliás, tem dito a interlocutores que a turbulência é passageira.

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Fantasma da Pandemia

O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez uma visita de cortesia ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, nesta quarta-feira. Padilha quer agilizar assuntos de Saúde que serão analisados pelo Judiciário nos próximos meses. O ministro disse ao presidente da Corte que um dos grandes desafios na gestão de Saúde será lidar com as mentiras que ainda circulam na internet sobre o tema da vacinação no país. As fake news ganharam força durante a Pandemia de Covid 19 e ainda fazem com que muitas pessoas deixem de vacinar os filhos por acreditarem que os imunizantes são ineficazes ou causam problemas secundários.


Reforço no SUS

O novo titular da Saúde também avaliou que outro legado da pandemia foi a desorganização da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde. Diante do represamento de cirurgias e tratamentos especializados, Padilha quer reduzir o tempo de espera do atendimento, principalmente no ABC e na região Metropolitana de São Paulo, uma das áreas mais populosas e com maior demanda de Saúde em todo o Brasil.


Centrão ignora pressão para projeto da anistia

Na Câmara dos Deputados, líderes do centrão desprezaram a pressão do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para assinar o requerimento de urgência que poderia acelerar a tramitação do projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro. Ao JNC, de forma reservada, alguns líderes do centrão afirmaram que não concordam com a proposta, apesar de entenderem que a discussão é legítima. Diante do impasse, o partido de Bolsonaro vai mudar a estratégia. Sem as assinaturas dos líderes, o PL vai partir para a coleta de assinaturas individuais dos deputados. Fontes da sigla garantem já terem chegado a mais de 160 nomes. São necessários 257 parlamentares para que o requerimento de urgência seja aprovado no plenário e o projeto entre na ordem do dia.